domingo, 31 de março de 2013

Fisiologia dos Anfíbios


A pele dos anfíbios é rica em glândulas produtoras de muco e em glândulas de veneno. Nos sapos, são bem visíveis as duas glândulas parotoides, grandes e com muitos poros, na região lateral da cabeça, logo atrás dos tímpanos.

Os pequenos sapos da família dendrobatídeos apresentam cores vivas (vermelho, amarelo, laranja), o que torna facilmente visíveis nas matas sul-americanas. Eles têm glândulas de potentes venenos dispersos pela pele, mortais para o ser humanos se injetadas ou se, por acaso, penetrarem em ferimentos em nossa pele. Alguns desses venenos são letais em doses de microgramas.



Uma das substâncias ativas desses venenos é a batracotoxina, uma neurotoxina que provoca paralisias e parada cardíaca. Por conta dessas propriedades, a  pele desses sapos é usada por algumas tribos indígenas para envenenar as flechas usadas na caça. Ao assar a carne dos animais que foram abatidos dessa forma, o veneno é degradado e a carne torna-se consumível.


O esqueleto dos anfíbios apresentam uma novidade evolutiva: cinturas ósseas. A essas estruturas se prendem os membros anteriores (cintura escapular) e posteriores (cintura pélvica). O sistema digestório é formado por uma boca larga, sem dentes, e uma longa língua, que está presa na região anterior da mandíbula e pode ser projetada para fora, para a captura de insetos.



No estágio larval, os anfíbios respiram por brânquias; quando adultos, têm respiração pulmonar e cutânea. Seus pulmões são órgãos pouco eficientes, pois a superfície interna é relativamente pequena para as trocas gasosas. Além disso, o mecanismo de bombeamento de ar para o interior dos pulmões é precária, já que consta basicamente de movimentos de “engolir” da musculatura bucal (movimentos gulares). Essa deficiência é compensada pela respiração cutânea, na qual a pele dos anfíbios, permeável, úmida, sem escamas e bem irrigada por vasos sanguíneos, assume grande importância nas trocas de gases.

Essa pele especial é que garante a maior absorção do oxigênio e eliminação do gás carbônico, superando a respiração pulmonar. As brânquias persistem nos adultos de alguns urodelos, caso do axolote, cujas brânquias são externas e ramificadas.


O sistema circulatório apresenta uma grande novidade, a chamada dupla circulação: há um ciclo pulmonar (pequena circulação), para distribuí-lo para o corpo. O coração tem um grande seio venoso, que recebe o sangue venoso de todo o corpo, passando-o para o átrio direito. O átrio esquerdo recebe o sangue arterial dos pulmões e da pele. Dos átrios, o sangue é passado para o único ventrículo, onde há uma pequena mistura de sangue arterial e venoso, que sai do coração por duas aortas. Pelo fato de haver essa mistura, fala-se em circulação incompleta.


Na região terminal do corpo fica a cloaca, onde desemboca os canais genitais e urinários. Os rins são do tipo mesonefro e a substância de excreção predominante é a ureia. Nos anfíbios, os órgãos sensoriais mais desenvolvidos são os olhos e as orelhas. A orelha média tem um tímpano bem visível, que é uma membrana escura e de forma circulas, localizada na superfície da pele, logo atrás dos olhos. A audição é importante, pois os sapos machos coaxam para atrair as fêmeas para o acasalamento. Esses cantos nupciais, típicos de cada espécie, são produzidos na glote, que é a abertura da traqueia, e amplificados em sacos vocais existentes ao lado da cavidade bucal.


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