sábado, 27 de junho de 2015

Aves aprendem a cantar da mesma forma que crianças

Em estudo publicado nesta semana no Cell Press, pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, apresentaram provas de que pássaros aprendem canções da mesma maneira que crianças. Na teoria, os pequenos deveriam compreender, em primeiro lugar, o reconhecimento dos sons e, depois, descobririam como as categorias de fonemas se encaixam nas palavras. Mas não é bem assim que funciona: elas fazem tudo ao mesmo tempo. E começam a cantar no processo.


Para Timothy Gentner, professor do Departamento de Psicologia da Universidade da Califórnia e autor do estudo, "este tipo de aprendizado em seres humanos é compartilhado com, no mínimo, aves cantoras. Quando pássaros reconhecem padrões de elementos da música, eles recebem um grande impulso em sua capacidade de categorizar esses componentes". Em outras palavras, começam a cantarolar.

Músicas de estorninhos, por exemplo, consistem em padrões de notas simples e curtas agrupadas em temas. Esses tópicos entram em uma das quatro categorias: apitos, gorjeios, chocalhos ou barulhos, e altas frequências.

A equipe de pesquisadores queria descobrir como esses padrões influenciam na capacidade das aves de categorizar sons. Foram treinados quatro estorninhos para diferenciar padrões auditivos AABB e BBAA de ABAB e BABA, nos quais A e B representam barulhos de gorjeio e chocalho. Além disso, os pesquisadores treinaram um segundo grupo da mesma forma, mas trocando os tipos de sons.

O grupo de especialistas descobriu que as aves que apresentaram padrões claros de sons tinham vantagem sobre o outro grupo na capacidade de classificar corretamente o que tinham ouvido. Os resultados mostraram que pássaros dependem de padrões da mesma maneira como os seres humanos.

"Nós ouvimos palavras, não sequências de sons da fala. Embora seja tentador pensar que esta é uma forma exclusivamente humana de perceber o mundo, não é", declarou Gentner. Para os pesquisadores, apesar de as aves não terem linguagem, elas podem ensinar muito sobre mecanismos biológicos e psicológicos de aprendizado de idiomas.


fonte;veja.abril.com.br

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