quinta-feira, 2 de maio de 2013

Pesquisa pode mostrar cor real da pele de dinossauro


Experimento deve usar raios de luz infravermelha para analisar amostra de pele de hadrossauro preservada por 70 milhões de anos. Atualmente os dinossauros são retratados como tendo pele cinza ou verde, mas a verdade é que as cores desses animais podem ser totalmente diferentes

Uma rara amostra de pele de dinossauro deve ser analisada por pesquisadores do Canadian Light Source (CLS) para determinar sua exata cor de pele, dieta e explicar por que esse fóssil continuou tão bem preservado mesmo após 70 milhões de anos. Para isso, eles devem usar um acelerador de partículas conhecido como síncrotron, capaz de analisar a composição química de diversos tipos de materiais.


A amostra de pele pertence a um hadrossauro, um dinossauro com um bico de pato que viveu no final do Período Cretáceo, entre 100 e 65 milhões de anos atrás. O fóssil foi encontrado em um rio na província de Alberta, no Canadá. Apesar da área possuir uma grande coleção de fósseis, os pesquisadores não sabem dizer por que esse ficou especialmente bem preservado. "Enquanto escavávamos o fóssil, eu pensei que se tratava apenas de uma impressão da pele. Quando tiramos a primeira peça, no entanto, me dei conta de que não era algo comum — era pele de verdade. Todos envolvidos na escavação ficaram excitados e, logo em seguida, começamos a discutir novos projetos de pesquisa", diz Mauricio Barbi, físico da Universidade de Regina, no Canadá.

Segundo o pesquisador, o fóssil é apenas a terceira amostra tridimensional de pele de dinossauro já encontrada em todo o mundo. "Esse fóssil é fascinante porque pode nos contar muito sobre a vida e a aparência dos dinossauros que viviam nessa área", diz.

Uma das perguntas que deve ser respondida pelos pesquisadores é se a pele era verde ou cinza — as cores em que a maioria dos dinossauros são desenhados — ou de alguma coloração completamente diferente. Mauricio Barbi disse que ele deve usar o síncrotron para analisar estruturas conhecidas como melanossomos, organelas celulares que contêm os pigmentos que controlam a cor da pele dos animais. "Se formos capazes de observar os melanossomos, será a primeira vez que o pigmento será identificado na pele de um dinossauro. Nós não temos nenhuma ideia real sobre como essa pele se parecia — se ela seria verde, azul, laranja...", diz.


Estruturas químicas — O síncrotron funciona ao acelerar elétrons dentro de um tubo a velocidades próximas à da luz. Ao manipular essas partículas, os pesquisadores podem gerar diferentes formas de luz muito brilhante, que são usados para estudar a estrutura da matéria. No caso do fóssil, os pesquisadores do CLS pretendem usar os raios de luz no infravermelho médio para procurar por traços de elementos orgânicos e inorgânicos que ajudem a determinar a dieta do hadrossauro e o porquê de sua pele ter sido preservada por tanto tempo.

Para isso, a amostra deve ser colocada no caminho do raio infravermelho e a luz refletir em sua superfície. As ligações químicas dos diferentes compostos presentes na amostra devem criar tipos diferentes de vibrações nesses raios refletidos. Por exemplo, se a pele ainda preservar proteínas, açúcares e gordura, eles deverão criar frequências vibratórias únicas, que podem ser medidas pelos cientistas. "É incrível que possamos conseguir informações desse tipo a partir de um fóssil tão antigo", diz Tim May, cientista do CLS.

Para os cientistas, a questão mais importante a ser respondida pela pesquisa é o motivo de o fóssil ter se mantido intacto após 70 milhões de anos. "O que não está claro é o que aconteceu com este dinossauro e como ele morreu. Há alguma coisa especial

Fonte: veja.abril.com.br

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