quinta-feira, 23 de maio de 2013

Cientistas descobrem artrópodes de 230 milhões de anos preservados em âmbar


Espécies têm 100 milhões de anos a mais do que as de outras descobertas



Uma equipe de cientistas encontrou no nordeste da Itália uma mosca e dois ácaros de 230 milhões de anos. Segundo o grupo, esses são os mais antigos artrópodes (classificação de invertebrados da qual fazem parte insetos, aracnídeos e crustáceos) encontrados até hoje.

As espécies estavam preservadas em gotas de âmbar, uma substância derivada de resinas de árvores e plantas pré-históricas que sofreram processos de fossilização - no filme Jurassic Park (1993), o sangue de um mosquito preservado em âmbar é usado para clonar dinossauros.

Segundo os cientistas, até esta descoberta, os mais antigos fósseis de artrópodes em âmbar já encontrados tinham 130 milhões de anos. Os artrópodes formam o grupo com o maior número de espécies conhecidas pelo homem. São mais de um milhão de espécies, ou cerca de 80% de todas aquelas já classificadas pelos cientistas na Terra.

A descoberta foi publicada na edição desta semana do periódico científico PNAS, da Academia Nacional de Ciências dos EUA. Participaram da equipe de pesquisas cientistas americanos, alemães, canadenses e italianos.

De acordo com a pesquisa, os pesquisadores analisaram mais de 70.000 gotículas de âmbar que tinham entre 2 e 6 milímetros de comprimento até identificarem os animais. Elas foram encontradas nos Alpes Dolomitas (cadeia montanhosa dos Alpes orientais).

Os ácaros não podem ser vistos a olho nu e segundo são muito parecidos com os atuais ácaros Eriophyoidea, que no Brasil são encontrados em palmeiras. Já a mosca, segundo o estudo, é pouco menor que a atual mosca-das-frutas.

Segundo o estudo, é a primeira vez que se encontram artrópodes do Triássico (período geológico compreendido entre 251 milhões e 199,6 milhões atrás).

Os cientistas afirmam estar ansiosos para realizar mais análises de amostras da âmbar do Triássico porque a descoberta mostrou que o material que foi capaz de preservar artrópodes do período.

"Houve uma grande mudança na flora e fauna do Triássico. O período aconteceu logo depois de de uma das mais profundas extinções em massa mais da história, no final do Permiano (período entre 299 e 251 milhões de anos atrás)", disse Grimaldi.

"É um momento importante para estudar, se você quer saber como a vida evoluiu", disse David Grimaldi, um dos autores da pesquisa e professor do Museu Americano de História Natural, em Nova York (EUA).

Fonte: veja.abril.com.br

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